A vasta região entre o Sabugí e o Seridó começou a ser ocupada por curraleiros no alvorecer do séc. XVIII. Empurrando o gado sertões a dentro, em confronto com diversos grupos indígenas, estes tangerinos iam se estabelecendo em datas de terra solicitadas a “El-Rei”. Uma das primeiras sesmarias da região foi cedida pela coroa portuguesa a Manoel Marques de Souza, Matheus de Viveiros e André de Viveiros em 1702 nas proximidades do rio “Cupuá” (Quipauá).
Nos dois séculos que se seguiram, vilas e povoações foram surgindo, até que, em 1917, nas terras a nordeste do município de Santa Luzia (do Sabugí) nasce o sítio São José, propriedade de Severino Arnaldo Medeiros. Foi ele quem fez a doação do terreno para a edificação de uma capela em consagração ao santo carpinteiro. Em 1926 parte das terras pertenciam a Raul Aprígio Batista e em 1927 fixa morada na região o Manoel Rodrigues Pinto, adquirindo a propriedade e edificando a primeira casa no que seria o povoado. Um ano depois Higino Batista de Moraes constrói outra residência e seu nome vai batizar a futura rua central e praça, isso já nos idos de 1966. A construção em estilo eclético é testemunha do passar dos anos e do crescimento da cidade. A primeira feira foi realizada sob uma latada em 1927, mesmo ano em que era celebrada a primeira missa pelo Cônego Viana em “São José do Manoel Pinto”, como ficou conhecido o lugarejo por muitos anos.
Entre os anos de 1939/43 por força de lei mudou o nome para Caapoã (num controverso movimento tupinólogo da época), voltando à antiga denominação a partir de 1944. Sua emancipação política se deu em 22 de dezembro de 1961 e todos os anos a data é comemorada com uma grande festa de rua, momento de congraçamento popular e da vinda dos ‘filhos da terra’ que matam a saudade passando o fim de ano no aconchego familiar. Festas de igual tamanho são: a do padroeiro São José (em 19 de março) e o São Pedro, condensando as festas juninas, costume bem típico daquela região sertaneja.
Partindo de Campina Grande rumo ao sertão pela BR 230, em 149km está seu acesso, à direita, no km 290 já no município de Santa Luzia. Percorrer os 17km pela PB 221 até a zona urbana é uma experiência única, dali já compreendemos a variação do relevo que alterna entre plano e montanhoso, são as fraudas da Borborema à direita e a vastidão do pediplano sertanejo à esquerda, onde formações rochosas pontilham o terreno e dão ares sóbrios àquela paisagem. As serras da Raposa, do Exu, Serra do Cabaço, Serra Redonda e outras se mostram circunscritas naquela geografia encantadora, tela à óleo pintada pela mãe natureza.
Vencida a viagem, São José do Sabugí está à esquerda da rodovia, a imponência da Igreja Matriz é percebida pelo campanário, marcando e dividindo ao meio a rua central em duas vias, com a Praça Higino B. de Moraes ao centro. Em 1976 o templo religioso ganhou a feição atual. Casas conjugadas se esparramam nos dois lados seguindo o curso da rua até o muro do cemitério, mais de quilômetro de distância. O enredo histórico do lugar transcorreu nesse perímetro; nos últimos quinze anos é que o desenvolvimento trouxe mais um punhado de ruas formando quadras, quarteirões muitos deles bem arborizados. Apesar de estar há apenas 3km da fronteira com o Rio Grande do Norte mantém seu maior intercâmbio com a cidade de Santa Luzia.
Sua zona rural é repleta de riqueza, quer seja mineral ou histórica. O destaque é o sítio arqueológico Pedra Lavrada do Sabugí, composto por gravuras rupestres, possui uma riqueza cênica incrível, está localizado próximo a divisa com o RN, no lado de cá do Riacho da Raposa (divisa estadual), um dos principais destinos turísticos do município.
São José do Sabugí é uma cidade feliz. Ela conserva aqueles valores interioranos, uma invejável tranquilidade de habitantes nas sombras das calçadas, com olhar terno e curioso acompanhado sempre de sorrisos. Tudo muito bem arrumado, ruas calçadas e limpas numa simplicidade urbana que a torna serena e pitoresca.
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Obrigado pela postagem!
Sou atraído pelos Cariris Velhos!
Um dia farei uma turnê por ai!