
A Cigana
Era manhã de inverno. Todos os dias amanheciam chovendo e com um nevoeiro tão denso que acanhava os viventes. Seu Dé, vizinho contador de histórias, dizia que “era culpa do açude, trazendo essa cerração toda pro bairro” talvez fosse verdade. Caso seja preciso ir na padaria ou na bodega, se ia com muita preguiça e dificuldade, além do medo de escorregar naquelas ruas de terra até chegar a via principal. Ali a preocupação já era outra, conseguir atravessar a avenida se livrando