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TURISMO & HISTÓRIA

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  • Foto do escritorThomas Bruno Oliveira

Açude Velho, cartão postal no coração de Campina

Açude Velho, com destaque para o Museu dos Três Pandeiros

O Açude Velho de Campina Grande teve sua construção iniciada em 1829, com conclusão em 1831. Está exatamente em um verdadeiro poção no leito do antigo Riacho das Piabas, que nasce na região do Louzeiro e, serpenteando a atual zona norte de Campina, em canal, atravessa o Açude Velho, encontrando-se com o Riacho Bodocongó na zona rural da cidade, seguindo em destino a serra de Bodopitá, passando em sua fralda indo de encontro a antiga Vila de Bodocongó (hoje Barra de Santana) ali despejando suas águas no rio Paraíba.


Sua construção advém da necessidade de abastecer a população da região (sobretudo em épocas de estiagem), sendo por muito tempo o maior reservatório de águas do Planalto da Borborema.


Açude Velho (Studio Carvalho)

Ainda no século XIX, os tropeiros e vaqueiros davam de beber a suas criações neste lugar, pois Campina Grande não era somente um pousio, mas sim uma parada obrigatória, um ponto terminal de longas caminhadas (das três grandes estradas que se confluíam em Campina, buscando o litoral) onde a permuta e trocas comerciais eram intensamente processadas.


O Açude suportou as grandes secas de 1845 e 1877 que assolaram todo o Nordeste, retendo água suficiente para acudir as urgências, salvando todos e evitando um possível êxodo.


No verão, o açude era tomado por banhistas, que segundo Elpídio de Almeida em ‘História de Campina Grande’ (1966) chegou a incomodar o cotidiano de muitas famílias, fazendo com que em 1886 a Câmara Municipal determinasse que: “... nenhuma pessoa maior de 7 anos pudesse banhar-se durante o dia nas águas do Açude Velho desta cidade” onde o infrator teria que pagar uma multa de Cr$20 Cruzeiros. Este dispositivo municipal não intimidou os banhistas que desciam em fileiras com chinelas e toalhas no ombro, momento testemunhado pelas lavadeiras que ali, exerciam o seu mister.


O antigo jornal ‘Correio de Campina’ (em 1925) informa a existência de denúncias por parte de famílias e transeuntes de que pessoas se banham em plena luz meridiana, às escancaradas, num trecho da cidade habitadíssimo, o que feria a moral e os bons costumes da comunidade.


O Açude Velho foi de suma importância para o desenvolvimento da cidade, assegurando a sobrevivência e importância da então Vila Nova da Rainha por muitas décadas, tanto é que, em suas margens, funcionou um verdadeiro parque industrial nos áureos tempos do algodão.


Hoje, o Açude abriga ao seu redor, monumentos históricos que retratam passagens da história da cidade como ‘Os Pioneiros’ (em comemoração ao centenário de Campina Grande em 1964), a estátua do ex-prefeito Vergniaud Borborema Wanderley (realizador de uma grande reforma urbanística em Campina entre as décadas de 1930 e 1940) e o monumento farra de bodega com Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga (dois expoentes da música popular nordestina, homenageados constantemente nas edições d’O Maior São João do Mundo). Mais recentemente tivemos a construção do Museu do Artista Popular da Paraíba (Museu dos Três Pandeiros, da UEPB), com projeto assinado pelo renomado arquiteto Oscar Niemayer e o último monumento construído trata-se de uma homenagem ao Sesquicentenário de Campina Grande, monumento aos Tropeiros da Borborema, no lugar do antigo posto Berro D’água.


O Açude Velho e a chaminé do antigo Curtume São José, hoje Parque da Criança

Passados 188 anos de sua conclusão, o Açude vê a cidade crescer ao seu redor, sendo hoje o principal e mais belo cartão postal da Rainha da Borborema.



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O começo

Durante anos temos viajado por diversos lugares para o desempenho de pesquisas e também para o deleite do turismo de aventura. Como um observador do cotidiano, das potencialidades dos lugares e das pessoas, tenho escrito muitas dessas experiências de centros urbanos como também de suas serras, montanhas e rios. Isso ocasionou a inspiração de algumas pessoas na ajuda em dicas de viagem.
Em 2005, iniciamos uma série de crônicas e artigos no Jornal Diário da Borborema, em Campina Grande-PB e após anos, assino coluna nos jornais A União e no Contraponto. Com o compartilhamento das crônicas, amigos me encorajaram e finalmente decidi entrar nas redes.
Aqui estão minhas opiniões, paixões, meus pensamentos e questionamentos sobre os lugares e cotidiano. Fundei o Turismo & História com a missão de ser uma janela onde seja possível tocar as pessoas e mostrar um mundo que quase não se vê, num jornalismo literário que fuja do habitual. Aceita o desafio? Vamos lá!

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