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TURISMO & HISTƓRIA

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Conhecendo a ParaĆ­ba: Soledade

  • Foto do escritor: Thomas Bruno Oliveira
    Thomas Bruno Oliveira
  • 2 de out. de 2019
  • 3 min de leitura

O MunicĆ­pio de Soledade estĆ” localizado no agreste paraibano, mais precisamente na microrregiĆ£o do CurimataĆŗ Ocidental, limitando-se com Seridó ao norte, Juazeirinho e GurjĆ£o Ć  oeste, Boa Vista Ć  sul, Pocinhos Ć  leste e Olivedos Ć  nordeste. EstĆ” ligado umbilicalmente aos Cariris Velhos, ao Cariri histórico. HĆ” uma certa identidade, nĆ£o só nos sĆ­tios e fazendas como tambĆ©m na cidade que garante essa ligação, uma pertenƧa antiquĆ­ssima, embora o Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĆ­stica (IBGE) venha ao longo dos tempos insistindo em mudar a nomenclatura das regiƵes, hoje o lugar pertence oficialmente Ć  ā€œregiĆ£o geogrĆ”fica imediata de Campina Grandeā€. Seu clima Ć© tropical de caatinga, com temperaturas mĆ”ximas de 36Āŗ C e mĆ­nimas de 22Āŗ C; o seu inverno tem inĆ­cio em marƧo e finda-se em julho.


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Igreja Matriz de Soledade

Primitivamente, Soledade foi chamada de Malhada Vermelha (pela riqueza argilosa do solo), por Malhada das Vacas e tambĆ©m ganhou a denominação de Malhada das Areias Brancas (nome mais corriqueiro), secção de uma fazenda adquirida pelo portuguĆŖs JoĆ£o Gouveia de Souza, situado em uma das terras do Riacho do Padre. Os netos do Sr. JoĆ£o, (filhos do genro deste) JosĆ© Alves de Miranda e JosĆ© de Gouveia e Souza, doaram uma sorte de terra para a construção de uma capela, mas a primeira construção do local foi um cemitĆ©rio erguido pelo missionĆ”rio Pe. Ibiapina, na encruzilhada d’um caminho entre Boa Vista, GurjĆ£o, SĆ£o Francisco (Olivedos), Pocinhos e a sede da fazenda EspĆ­rito Santo. Era um lugar por demais deserto e extremamente estĆ©ril, uma rede de antigos caminhos povoado por cruzes de madeira, testemunhas de onde se abriam as covas rasas para sepultar as vĆ­timas do segundo surto de cólera-morbo que assolou a ParaĆ­ba em meados do sĆ©culo XIX, mais precisamente entre 1861 e 1864. Uma dĆ©cada antes, o primeiro surto de cólera teria esgotado os espaƧos do cemitĆ©rio de SĆ£o Francisco (Olivedos), Ćŗnico existente na regiĆ£o.


Logo, este local desolado estava cheio de pessoas que, vindo trazer seus mortos para sepultar, descobriam ter contraĆ­do a doenƧa e nĆ£o tinham mais forƧas para voltar. Outros, só chegavam, enterravam os seus e fugiam daquele lugar que cheirava a morte e a desgraƧa. Por fim, havia os que, tendo depositado naquele sĆ­tio os restos mortais de toda sua famĆ­lia, nĆ£o queriam ir embora por nĆ£o possuir mais nada no mundo. Foi, talvez, a pensar nestes desgraƧados, que Padre Ibiapina deu a este lĆŗgubre lugar o triste nome de SolidĆ£o, termo que nĆ£o vingou, depois mudando para Soledade. Embora InocĆŖncio Nóbrega em seu livro ā€˜Malhada das Areias Brancas’(1974) afirme ser impreciso o momento fundante de Soledade dada a outras versƵes como a construção do antigo aƧude de Santana, Irineu Pinto em seu ā€˜Datas e Notas para a História da ParaĆ­ba’(1916) Ć© enfĆ”tico ao mencionar os colĆ©ricos e a criação do campo santo.


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Fundação Cultural Ibiapinópolis

Uma pequena capela foi erigida sobre a cova rasa de Ana de Farias Castro. Com frontispĆ­cio barroco, teve a sua primeira missa por Manoel Ubaldo da Costa Ramos, o Pe. Neco de SĆ£o JoĆ£o do Cariri, foi a missa do Natal. Dali ele seguiu em um burrico e pequena comitiva para a ā€œpovoação de SĆ£o Franciscoā€ para celebrar a missa do Galo. A capelinha deu lugar a uma maior pelo missionĆ”rio Ibiapina e hoje Ć© a Igreja Matriz. Em torno deste templo surgiu e cresceu a povoação que anos adiante (1885) foi elevada Ć  categoria de vila. O inĆ­cio da fundação da vila se deu em 1872, quando Manuel Maria, descendente dos primeiros colonizadores, ergueu a primeira casa de taipa. Soledade jĆ” foi sede do municĆ­pio de Ibiapinópolis (nome dado em homenagem ao Padre Ibiapina) que compreendia alĆ©m de Soledade os atuais municĆ­pios de Olivedos, Seridó, Juazeirinho.


Hoje, Soledade conta com uma boa infra-estrutura urbana, seu epicentro é também o principal portal para o sertão, a BR 230, que vai de Cabedelo até os confins amazÓnicos. A cidade é detentora de um belíssimo patrimÓnio arquitetÓnico, seus prédios históricos vão desde o antigo mercado à estação de trem. Quem estÔ indo para o sertão não pode deixar de visitar Soledade, uma das mais belas cidades do interior paraibano.





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Durante anos temos viajado por diversos lugares para o desempenho de pesquisas e também para o deleite do turismo de aventura. Como um observador do cotidiano, das potencialidades dos lugares e das pessoas, tenho escrito muitas dessas experiências de centros urbanos como também de suas serras, montanhas e rios. Isso ocasionou a inspiração de algumas pessoas na ajuda em dicas de viagem.
Em 2005, iniciamos uma série de crÓnicas e artigos no Jornal DiÔrio da Borborema, em Campina Grande-PB e após anos, assino coluna nos jornais A União e no Contraponto. Com o compartilhamento das crÓnicas, amigos me encorajaram e finalmente decidi entrar nas redes.
Aqui estão minhas opiniões, paixões, meus pensamentos e questionamentos sobre os lugares e cotidiano. Fundei o Turismo & História com a missão de ser uma janela onde seja possível tocar as pessoas e mostrar um mundo que quase não se vê, num jornalismo literÔrio que fuja do habitual. Aceita o desafio? Vamos lÔ!

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